Uma das matérias-primas com grande poder de compra, depois da embalagem do produto, são as fragrâncias, pois seu fator de decisão está ligado à segunda, senão à primeira sensação, o odor.
As fragrâncias são misturas de compostos odoríferos , os quais podem ser de origem sintética ou natural (vegetal ou animal, o último em desuso).
Foto: Praisaeng / FreeDigitalPhotos.net
Para o lançamento de um produto de prateleira é primordial especificar as características organolépticas (cor, odor, aspecto, etc), físico-química (pH, viscosidade, densidade, etc) e parâmetros microbiológicos, pois faz parte de uma gestão dos riscos que a aplicação de fragrâncias pode causar.
Os pontos críticos para manter a fragrância no produto final são: temperatura de adição no processo, influência da luz, compatibilidade com outras matérias-primas, compatibilidade com o frasco.
Há matérias-primas que compõe a fragrância que, acima de certa temperatura, volatilizam e isso descaracteriza o produto final. Como podemos ver na imagem abaixo as notas cítricas são as que impactam ao abrir o frasco devido à alta volatilidade.
A nota de fundo é composta por matérias-primas com maior densidade, menor volatilização, são as que irão marcar o perfume do produto e cumprir a função de fixação (já falamos sobre fixador aqui).
Para utilização em produtos translúcidos é importante a adição de solubilizantes, tais como polissorbatos, polietileno glicóis e entre outros, pois a fragrância por si só, em alguns produtos, não é solúvel.
Fonte: (1) / SBQ
Conforme a resolução RDC Nº 03, de 20 de Janeiro de 2012, a qual aprova o Regulamento Técnico “Listas de substâncias que os produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes não devem conter exceto nas condições e com as restrições estabelecidas”, para notificação / registro de produtos cosméticos, a casa de fragrância (fabricante de fragrância) precisa fornecer a carta de alergênicos que contém as 26 substâncias consideradas alergênicas e suas concentrações.
As mesmas entrarão na rotulagem do produto pela nomenclatura INCI quando sua concentração exceder: 0,001 % nos produtos sem enxágue e 0,01 % em produtos com enxágue, a partir da % de aplicação.
Portanto, avaliar somente a direção olfativa do produto final poderá acarretar muita “dor de cabeça” quando o produto já estiver nos pontos de venda. Por isso a fragrância de cada versão ou do lançamento único deve ser planejada, estudada e decidida desde o início do projeto.
Links importantes:
Guia de Estabilidade de Produtos Cosméticos
Referência Bibliográfica:
(1) Perfumes: uma Química Inesquecível, Sandra Martins Dias, Roberto R. da Silva Originalmente Publicado em Química Nova na Escola, n. 4, novembro 1996 Edição: Leila Cardoso Teruya, Coordenação: Guilherme Andrade Marson.
Prezado João, boa noite! Parabéns pelo seu maravilhoso artigo. Rico em informações e cheio de curiosidades, que nos impulsionam a querer ler mais e mais. Abraços! Rodrigo Valério.
Obrigado por seu comentário Rodrigo. Continue acompanhando o Cosmética em Foco que tem mais textos do João programados. Aproveite para ler outras matérias da nossa equipe.
Parabéns pelo primeiro texto João!!