Ativos verdes estimulam inovações cosméticas

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De acordo com o Organic Monitor, novos “ingredientes verdes” refrescam os desafios técnicos para os formuladores.

Os vegetais sempre foram tradicionalmente as fontes de “ativos verdes”. No entanto, a nova geração desses ativos cria novos mecanismos para combater os sinais do envelhecimento (o popular anti-ageing), os processos inflamatórios (a ação anti-inflamatória, também chamada de ação calmante), o controle do sebo ou oleosidade excessiva, a hidratação cutânea e outras aplicações como o crescimento capilar, prevenção da queda de cabelos e ação anti-caspa.

Foto: unprofound.com

Novos métodos de processamento e extração mais sustentáveis são um solo fértil para a obtenção novos “ativos verdes”. Apenas para citar alguns exemplos, a tecnologia de célula tronco vegetal permitiu a Croda e a Mibelle Biochemistry desenvolver novos ativos a partir de espécies raras e em ameaçadas de extinção.

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Nem tudo são flores nessa nova geração de “ingredientes verdes”, ainda permanecem os mesmos desafios de formulação: a estabilidade e a preservação continuam sendo as principais dificuldades, especialmente se o objetivo são fórmulas totalmente naturais ou orgânicas.

Ativos derivados de alimentos continuam a encontrar aplicações cosméticas, como os produtos com superfrutas (veja aqui esses dois posts sobre superfrutas aqui e nutricosméticos aqui e aqui) como açaí, goji berry e chá verde, devido ao seu alto nível de antioxidantes. Uma das tendências é as marcas seguirem os exemplos das marcas Skin Foods e Yes To e desenvolverem linhas completas baseadas em ingredientes alimentícios. Das marcas brasileiras, por ora, conheço apenas a Beauty In com esse tipo de direcionamento, mas não se tratam de cosméticos, pois a marca autodeclara seus produtos como “aliméticos”. Se você sabe de marcas cosméticas nacionais escreva para nós, envie fotos e sua opinião ou dúvidas.

Dos dias 10 a 12 de setembro de 2014, o Organic Monitor organiza em São Paulo a terceira edição latino-americana do Sustainable Cosmetics Summit (confira aqui a cobertura do Cosmética em Foco da edição de 2013). Em breve traremos mais informações sobre esse evento.

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Opinião do autor: A parte mais interessante desse desenvolvimento tecnológico é a renovação da fonte de obtenção do ingrediente e os preços que não estão mais caros que os ativos convencionais. Já não é mais tão mais caro desenvolver fórmulas verdes como há 5 ou 10 anos atrás. Estamos acompanhando essa movimentação do setor cosmético e em continuaremos publicando conteúdo sobre sustentabilidade e inovação verde na indústria cosmética.

Por Gustavo Boaventura

Criador e Diretor de Conteúdo. Farmacêutico Industrial pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Especialista em Pesquisa & Desenvolvimento de Produtos Cosméticos. Mestre em Comunicação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) com foco no consumo de cosméticos masculinos. Bacharel em Administração pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). Experiência em Pesquisa & Desenvolvimento de produtos capilares. É o idealizador e criador do Cosmética em Foco e escreve desde 2007.