A aplicação tópica de gel de chá preto reduz significativamente a vermelhidão da pele após exposição à radiação UV. Entretanto, é predominantemente na região UVB que ocorre a proteção para a maioria dos casos de queimadura solar. A proteção é pouco efetiva para os raios UVA.Os pesquisadores da Turquia, Turoglu e Cirgirgil, aplicaram o gel de chá preto em 3cm2 do antebraço de seis indivíduos. O quadrado e uma área similar sem o gel (controle) foram expostos à radiação UV enquanto o restante do braço foi protegido. Não foram relatados eritema em nenhum dos locais de aplicação do gel de chá preto, enquanto todos os indivíduos apresentaram vermelhidão nas regiões controle após 24 horas.
Eles concluíram que o gel de chá preto pode oferecer proteção a uma certa faixa de radiação UV, além de poder ser aplicado.
Absorção predominante de raios UVB
Foi testado o perfil de absorção do extrato de chá preto e observou-se picos de absorção entre 250 e 290nm (região da radiações UVB e UVC). Entretanto, os raios UVA são agentes importantes no envelhecimento e no desenvolvimento do câncer de pele. A preocupação é tanta com esse tipo de radiação, que em Agosto deste ano o FDA (Food and Drug Administration) alterou a rotulagem dos produtos, exigindo pela primeira vez que os fabricantes coloquem nos rótulos o nível de proteção UVA dos produtos.
Duas vias de proteção
Segundo os pesquisadores, o chá preto mostrou propriedades de reparo da pele, devido a seus componentes antioxidantes. Assim, eles concluíram que a proteção do extrato de chá preto ocorre por duas vias distintas: (1) prevenindo o dano causado pela radiação UV ao absorver esta radiação e (2) reparando o dano celular causado pelos raios UV.
Além de proteger mais que os fotoprotetores atuais (que só protegem absorvendo a radiação UV), o extrato é natural, de baixo custo e sem efeitos tóxicos e colaterais conhecidos. Uma boa alternativa para a tendência atual de cosméticos orgânicos e naturais.
Opinião do autor: apesar de ser uma descoberta promissora, ainda são necessários mais estudos em humanos para garantir que não há mesmo efeitos tóxicos ou colaterais graves deste extrato. Além do mais, as formulações de fotoprotetores atuais não são géis, todas têm um conteúdo oleoso (necessário para a incorporação dos próprios ativos fotoprotetores).
Saiba mais: TUROGLU, M.; CIRGIRGIL, N. Evaluation of black tea and its protection potential against UV. Int J Cosmetic Science. V. 29, p. 437-442, dezembro, 2007.
Muito bom.