Consumo compulsivo

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Em uma das minhas aulas de Marketing, exponho aos alunos – a maioria deles farmacêuticos e químicos – sobre os aspectos sociais do consumo, discutimos estratégias de persuasão positivas e negativas. E fico contente em saber que ao fim dessa aula a maioria cria sua própria noção de consumo e consumismo e deixam de acreditar que é um mero impulso.

Até os anos 1990 fomos uma sociedade privada das opções de consumo, as poucas marcas que existiam para serem compradas eram de baixa qualidade. Com a abertura do mercado, os importados aumentaram a concorrência e com isso, pouco a pouco, nossa indústria e comércio se desenvolveu para ser competitiva. Também nos anos 1990 começou uma distribuição de renda do governo a alguns grupos sociais (que não é o objetivo desse texto). Então, com a oferta maior de produtos no mercado e o dinheiro circulando em mais mãos, nosso país se tornou um dos principais consumidores mundiais – novamente, pois já havíamos ostentado essa posição muitos anos antes. Algo semelhante aconteceu e acontece na China, mas com raízes culturais distintas das nossas.

A parte boa é que o consumo movimenta a economia do país. Por outro lado, como consumir libera dopamina e ajuda as pessoas a se sentirem mais felizes – e nós brasileiros somos pressionados a sermos felizes da hora em que acordamos até a hora em que dormirmos e também durante o sono. Assim, enfrentamos hoje um problema social grave: pessoas que compram compulsivamente e apresentam um processo patológico de relação com o consumo, ou consumismo, como muitos preferem rotular.

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Uma matéria publicada essa semana no Jornal Hoje tratou do assunto e divulgou uma ferramenta da Serasa Experian que ajuda o consumidor a se conhecer e reconhecer se está na hora de procurar ajuda profissional para se tratar. Uma pessoa compulsiva não vai “se curar” simplesmente se todos os cartões de crédito forem cancelados. É preciso procurar ajuda de médico psiquiatra e de psicólogo.

Também por iniciativa da Serasa Experian, foi publicado online um Guia de Orientação ao Cidadão sobre assuntos que abordam o consumo. Você sabe o que é inadimplência? Sabe se prevenir dela? Sabe controlar os seus gastos? Sabe o que é ser um comprador compulsivo? Sabe o que é oniomania? Já ouviu falar do cadastro positivo de consumidores? Se a sua resposta para qualquer uma dessas perguntas foi não, vale a pena consultar aqui o guia e se informar.

Já que o consumo é parte do nosso dia a dia, é gerador de conversas e relações, e não vamos viver sem ele por um bom tempo, é melhor aprendermos a lidar com ele de uma forma leve e natural. Por isso vale qualquer informação sobre o consumo.

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E você tem alguma dúvida sobre consumo ou sobre o consumo de cosméticos? Escreva para nós! Quem sabe a sua dúvida não será a mesma de outras pessoas?

Atualizado em 06 de junho de 2014.

Por Gustavo Boaventura

Criador e Diretor de Conteúdo. Farmacêutico Industrial pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Especialista em Pesquisa & Desenvolvimento de Produtos Cosméticos. Mestre em Comunicação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) com foco no consumo de cosméticos masculinos. Bacharel em Administração pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). Experiência em Pesquisa & Desenvolvimento de produtos capilares. É o idealizador e criador do Cosmética em Foco e escreve desde 2007.