Consumo consciente

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Hoje apresento o primeiro post sobre a área que venho estudando nos últimos 12 meses: o consumo de cosméticos. Neste apanhado geral falamos sobre o consumo consciente e em breve abordarei mais detalhes dessa área.

Segundo este artigo de Gabriella Coutinho no site Mundo do marketing, o comportamento do consumidor brasileiro tem se modificado no que diz respeito à sustentabilidade. Dois de casa dez brasileiros levam em consideração o comprometimento socioambiental da empresa antes de comprar algum produto.

No Brasil, os consumidores estão mais críticos quanto às atitudes das empresas e mais desconfiados das informações divulgadas no varejo. Nós colocamos muita expectativa nas ações das empresas e se elas são verdade ou são apenas discurso para vender mais, nos decepcionamos. Não basta investir em projetos sociais se a empresa não valoriza os próprios colaboradores.

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Também no artigo citado conheci o aplicativo para celulares GoodGuide que, por meio do código de barras, informa em segundos todos os dados socioambientais do produto e dá ao consumidor embasamento ideológico para decidir se compra ou não aquele produto. O aplicativo também indica se aquele produto é dito conter alguma substância controversa ou proibida ou que possa causar danos à saúde ou ao meio ambiente.

Segundo Paco Underhill em seu livro Vamos às Compras, as decisões mais importantes de consumo são tomadas no ponto de venda (PDV). Portanto cabe à mídia influenciar positivamente a lembrança do consumidor e proporcionar-lhe uma sensação agradável no PDV que o leve a adquirir o produto. Vale também esclarecer que vale muito mais para a empresa uma ação bem organizada e estruturada no PDV que centenas de comerciais de Rádio e TV ou anúncios em revistas e jornais.

Nas redes sociais (Twitter, Facebook, Orkut e Blogs) há ações diversas incentivando o consumismo, bem como grupos organizados que visam despertar o comportamento mais consciente nos consumidores.

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Infelizmente, poucas empresas investem na transparência das informações em rótulos de produtos, material promocional e na comunicação de sua responsabilidade social (termo que já adquiriu significado pejorativo em nosso país). Mais uma vez cabe o importante papel da mídia na validação das informações prestadas pelas empresas.

Na prática?

Pouco adianta dizer que seus produtos não são testados em animais ou que os resíduos gerados pela produção de sua empresa são tratados quando isso já deixou de ser diferencial há muito tempo. Já é condição sine qua non para se poder comercializar um produto seguro à população.

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Ainda hoje muitas empresas têm orgulho de dizer que “o diferencial do nosso produto é a qualidade”, esquecendo-se que qualidade é o mínimo que se pode oferecer aos clientes e consumidores. Porque se o seu produto não tem qualidade, é melhor nem vender e repensar seu planejamento estratégico porque seus concorrentes já estão na frente com o produto que tem qualidade e satisfação garantida (isso sim é assumir o risco de um benefício que se torna diferencial de seu produto).

Por Gustavo Boaventura

Criador e Diretor de Conteúdo. Farmacêutico Industrial pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Especialista em Pesquisa & Desenvolvimento de Produtos Cosméticos. Mestre em Comunicação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) com foco no consumo de cosméticos masculinos. Bacharel em Administração pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). Experiência em Pesquisa & Desenvolvimento de produtos capilares. É o idealizador e criador do Cosmética em Foco e escreve desde 2007.

3 comentários

  1. Eu su uma consumidora que me preocupo com isso, especialmente se os cosméticos são ou não testados em animais. Descobri no site Beautypedia uma lista de empresas que testam em animais e isso me fez repensar muito o assunto (exemplos: Dove e Neutrogena). Vale a pena dar uma olhada!

  2. Isa,

    apenas preste atenção para não ser injusta. Não acredite em tudo o que lê na internet. Questione tudo, até mesmo o Cosmética em Foco. Não existe verdade absoluta!
    Antes de banir uma empresa da sua lista, melhor ligar para o SAC e perguntar se eles testam os produtos em animais. Se falarem que não, peça um relatório que comprove isso… Conhecendo as duas marcas citadas, não acredito que eles testem os produtos em animais. Aliás, pouquíssimas empresas no Brasil ainda testam produtos em animais.

  3. Gustavo, concordo com a sua opinião. Muita coisa é marketing. Mas a questão levantada pela Isa é muito pertinente. Eu tenho a mesma preocupação, e isso devido aos testes que realizei com as empresas. A maioria nem se indigna a responder sobre o assunto, quando questionadas pelo SAC ou pelo portal corporativo, quanto mais a fornecer relatório sobre suas práticas e procedimentos. Isso evidencia que elas diretamente realizam tais testes ou o fazem através de laboratórios independentes, o que não as isentam de responsabilidade. Tem uma lei que no Brasil que obriga as empresas fabricantes de alguns produtos como absorventes femininos a realizarem tais testes, e pense só na crueldade disso. Assiti alguns vídeos e pode crer, faz até o mais forte coração desabar. Mas enfim, como consumidora consciente com o meio ambiente e preocupada com a crueldade praticada, tenho o poder de fazer as minhas próprias escolhas. Afinal são as empresas que precisam de consumidores e não nós que precisamos de empresas sem ética. Só uso produtos Vegan e cruelty free, por questões éticas, morais e de saúde tanto minha quanto da minha família. Se empresas como a Bayer, Monsanto, 3M, a P&G, Avon e a Colgate, entre outras, respeitassem mais seus consumidores, o meio ambiente e a vida de milhares de animais, certamente eu voltaria a consumir seus produtos. Antes disso, nada feito.

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