Nos dias 23-24/09, na sede da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) em São Paulo – SP, ocorreu a oitava edição do que antes se chamava Rodada Tecnológica, e com a sua evolução passou a chamar-se Encontro Internacional de Inovação e Tecnologia (EIITC 2013). O evento é organizado pelo Instituto de Tecnologia e Estudos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ITEHPEC), o braço tecnológico da Associação Brasileira da Indústria de HPPC (ABIHPEC), em parceria com o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e a ABDI (Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial).
Na abertura do EIITC 2013, o Sr. João Carlos Basílio, presidente da ABIHPEC, iniciou alertando que comparado aos anos anteriores, 2013 tem sido mais complicado para o mercado cosmético no Brasil. Embora as promoções tenham sido uma ferramenta bastante utilizada para atrair o consumidor, o Sr. Basílio propôs que a inovação pode ser um caminho diferencial mais eficiente.
Em seguida, o Sr. Agnaldo Dantas apresentou algumas das áreas de atuação do SEBRAE e como o serviço pode auxiliar micro e pequenos empreendedores a evoluir em seus negócios. Por exemplo: a) a consultoria para a elaboração de projetos em atendimento aos editais de fomento da FINEP ou do BNDES; b) o programa Agentes Locais de Inovação (ALI), em que bolsistas do CNPq treinados pelo SEBRAE fazem um diagnóstico de inovação na empresa, por meio de um modelo elaborado pelo próprio SEBRAE, bem como c) o apoio para o desenvolvimento de comércio eletrônico na empresa.
Entre as diversas discussões, uma que teve bastante repercussão entre os participantes foi o tema apresentado pela Dra. Silvia Guterres, isto é, “Nanotecnologia em cosméticos: estado da arte”. A pesquisadora elucidou as diversas possibilidades e razões para se utilizar nanotecnologia em produtos cosméticos, por exemplo: melhorar a proteção UV; controlar a penetração de ativos na pele (isso mesmo, controlar – facilitar ou dificultar a penetração!); proporcionar efeitos duradouros; realçar a cor de pigmentos; aprimorar a percepção sensorial e também hidratar ao promover a oclusão da pele. Além disso, foi relatado o caso do Photoprot 100®, um protetor solar com nanotecnologia desenvolvido inteiramente no Brasil, por meio de uma parceria entre a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e o laboratório farmacêutico Biolab. A pesquisadora fez questão de ressaltar também que há diversos tipos de nanotecnologia disponíveis (por exemplo, nanocápsulas, lipossomas, dendrímeros e estruturas de carbono, como os fulerenos e os nanotubos) e que as características e impactos de cada uma delas devem ser tratados de forma individual, tanto em termos de eficácia quanto em termos de segurança. Conforme a experiência da pesquisadora, os estudos com nanocápsulas/nanoesferas biodegradáveis e lipossomas têm reafirmado a segurança deste tipo de nanotecnologia para aplicações cosméticas.
Além disso, o evento trouxe uma série de apresentações técnicas descrevendo os avanços mais recentes em termos de tecnologia cosmética e elucidando possíveis mecanismos para gerar novos apelos de marketing. Foram discutidos temas como a barreira cutânea, a topometria ótica da pele, a fisiologia e a bioquímica do cabelo, as células-tronco epidermais, algumas tendências em embalagens, sustentabilidade, o uso de softwares como ferramentas de diagnóstico ou de comunicação com o cliente, a inovação aberta, o acesso à biodiversidade e as políticas de propriedade industrial no Brasil. Você pode verificar mais detalhes sobre essas discussões na página do Cosmético em Foco no Facebook. Curta e fique por dentro deste e de outros eventos!