A cultura antiga e ainda majoritária para a maioria dos produtos cosméticos ainda é que produto viscoso é produto concentrado. Afinal, a viscosidade interfere na detergência de um shampoo? Ou na hidratação de um creme corporal? A resposta a essas duas perguntas é: NÃO. De um modo geral, a viscosidade do produto está intrinsecamente ligada aos agentes espessantes da formulação. Assim como a performance de um produto é avaliada conforme os resultados finais da aplicação e não pelo aspecto.
Um exemplo clássico que podemos ter é a eficácia de um sabonete líquido mousse com mesma eficácia que um sabonete líquido viscoso, aonde temos aspectos bem diferentes, mas a concentração dos tensoativos para limpeza são as mesmas ou senão até maiores nos produtos em mousse.
Sabonete líquido viscoso.Particularidades da viscosidade no produto
A viscosidade pode ser medida de várias maneiras, mas a usual é através de um viscosímetro conhecido como Brookfield utilizado para produtos fluidos newtonianos e não-newtonianos.
Nas emulsões costuma-se utilizar o viscosímetro Brookfield acoplado ao Helipath, para leituras na parte superior e inferior do produto afim de termos uma estatística do produto como um todo.
Classificação dos agentes espessantes
Atualmente existem mais de 500 opções de agente espessante para formulações cosméticas e a diferença está na aplicação de cada um deles. Podemos classifica-los como:
- Espessantes da fase oleosa. Exemplos: cera de abelha, cera de candelila, cera de ozoquerita.
- Espessantes naturais. Exemplos: celuloses modificadas, coma xantana e gelatina. Leia mais sobre gomas e espessantes.
- Espessantes sintéticos. Exemplos: carbômeros e polietilenoglicóis.
- Espessantes eletrolíticos. Exemplos: cloreto de sódio e sulfato de magnésio
Fatores que afetam a viscosidade
Alguns fatores afetam a viscosidade da emulsão tais como:
- Ocorrência de floculação ou agregação das gotas emulsionadas;
- Tamanho e distribuição das partículas da fase interna. Quanto menor o tamanho da partícula, maior a viscosidade e mais estável a emulsão (veja figura abaixo);
- Composição química, polaridade e concentração dos emolientes, emulsionantes e fase contínua;
- Solubilidade do emulsionante nas fases interna e externa da emulsão;
- pH das fases líquidas;
- Natureza dos filmes de tensoativos ao redor das gotas de óleo e das forças de atração e de repulsão;
- Concentração de eletrólitos.
Para reduzirmos as interferências que podemos ter na viscosidade do produto final, com certeza o estudo de estabilidade para diferentes processos, composições e embalagem, é de extrema importância.
Ao nos depararmos com a visão de até que ponto a viscosidade é importante nos resultados finais do produto, acredito que é válido estudarmos quais são as novas concepções do consumidor para com este parâmetro.
Excelente abordagem sobre viscosidade! Parabéns Gustavo! Sou fonoaudiologa e quero estudar cosmetologia, qual o curso me indicaria?
Olá Claudia, obrigado por seu comentário! Temos esse texto que lista alguns cursos disponíveis pelo país: https://cosmeticaemfoco.com.br/2016/07/cosmetologia-para-alem-da-graduacao.html