Metilisotiazolinona banida na UE

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A Comisão Europeia baniu o uso do conservante Metilisotiazolinona (Methylisothiazolinone) em produtos não enxaguáveis. A MIT, como é abreviada, é um conservante bastante popular entre os formuladores devido a sua alta solubilidade em água e espectro de ação, por isso está presente em shampoos, sabonetes líquidos, loções corporais e lenços umedecidos. As empresas têm até fevereiro de 2017 para reformular ou descontinuar qualquer produto cosmético contendo MIT no mercado europeu.

Essa decisão já era, de certa forma, esperada. No ano passado a Agência Dinamarquesa de Proteção Ambiental pediu um posicionamento da Comissão Europeia. Então foi anunciada uma consulta pública em abril de 2016 e agora foi confirmado o banimento do conservante.

Alergias de contato causam coceira.
Foto: Tharakorn / FreeDigitalPhotos.net

Aumentaram os casos de alergia a Metilisotiazolinona

A metilisotiazolinona era bastante usada como alternativa aos parabenos, mas houve aumento nos relatos de incidência de alergias induzidas por esse conservante. Clique aqui e faça uma busca por publicações científicas com os termos ‘alergia’ e ‘metilisotiazolinona’.

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O que se espera acontecer agora é o banimento das tiazolinonas em produtos enxaguáveis nos próximos anos. Para quem pensa que nada em nada afetará seus produtos comercializados no Brasil, a tendência natural é a proibição futura também pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Então a melhor alternativa é já se planejar para substituir esse conservante de produtos não enxaguáveis para não ser pego de surpresa.

Por que conservantes são sempre polêmicos?

Os conservantes em cosméticos são utilizados para assegurar que não haja crescimento de microrganismos patogênicos. Sem esses importantes ingredientes, todos os cosméticos teriam um prazo de validade muito curto e provavelmente deveriam ser armazenados em geladeira. O grande paradoxo é que os conservantes agem em células vivas (bactérias, fungos e leveduras) e por isso são muitas vezes irritantes aos seres humanos (já que nossas células guardam muitas semelhanças com as células dos fungos). Os conservantes são usados em baixíssimas concentrações consideradas seguras, mas cada vez mais usamos mais produtos e essa sobreposição é que pode nos fazer repensar quais seriam, realmente, os limites seguros. É necessário colocar em discussão limites diários de exposição? Reduzir o número de produtos usados? Se for assim, os cosméticos multifuncionais acabam ganhando mais uma vantagem.

Fontes:
Cosmetics Design Europe

Por Gustavo Boaventura

Criador e Diretor de Conteúdo. Farmacêutico Industrial pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Especialista em Pesquisa & Desenvolvimento de Produtos Cosméticos. Mestre em Comunicação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) com foco no consumo de cosméticos masculinos. Bacharel em Administração pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). Experiência em Pesquisa & Desenvolvimento de produtos capilares. É o idealizador e criador do Cosmética em Foco e escreve desde 2007.

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