No Poo / Low Poo – Parte 2

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Continuando a sequência do Low Poo / No Poo (leia aqui o primeiro texto da série), vocês poderão ver abaixo o que Lorraine Massey diz sobre o que pode e o que não pode ser usado em cabelos que fazem este tipo de tratamento.

O importante desse assunto é levar os consumidores a lerem os rótulos dos produtos que compram e entender o que estão comprando. Por isso, abaixo listarei as substâncias segundo sua nomenclatura internacional de ingredientes cosméticos e em sua tradução para o português. Além disso, há uma convenção internacional de se listar a composição em ordem decrescente de concentração das matérias-primas que constam naquele produto cosmético. No Brasil, as empresas sérias e que respeitam seus consumidores mantém esse padrão na composição de seus produtos.

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Em seu livro, a autora faz as seguintes considerações sobre os produtos capilares:

Xampu: evitar os que contenham Sodium Lauryl Sulfate (Lauril sulfato de sódio), Ammonium Laureth Sulfate (Lauil éter sulfato de amônio) e Sodium Laureth Sulfate (Lauril éter sulfato de sódio). Sugere o uso de produtos que contenham Disodium EDTA (EDTA dissódico), Citric Acid (ácido cítrico) ou extratos de plantas. Também é sugerido utilizar produtos que contenham Cocamidopropyl Betaine (Cocamidopropil betaína), Dodecyl Polyglucoside (Dodecilpoliglicosídeo). Não é necessário xampu com agentes condicionantes, pois tudo será compensado com o uso do condicionador.

Condicionadores: é aconselhado evitar o uso de condicionadores que contenham silicones, ou seja, substâncias que terminem em -cone. Os cabelos necessitam de emolientes, umectantes, proteínas e hidratantes, por isso deve-se procurar por essas substâncias nos rótulos dos produtos.

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  • Emolientes: Shea Butter (manteiga de karité), óleos vegetais, olive oil (óleo de oliva) e óleos de castanhas;
  • Umectantes: Panthenol (D-Pantenol ou Pró-vitamina B5), Glycerin (Glicerina) e Sorbitol (Sorbitol);
  • Hidratantes: Aloe vera (Aloe vera ou Babosa), Aminoacids (Aminoácidos, não cita nenhum especificamente);
  • Proteínas: Wheat (Trigo) e Soy (Soja). A autora não cita, mas encontrar o termo Protein já é um bom indício.

Gel fixador: Preferencialmente géis transparentes ou semi-transparentes, sem corantes. Deve conter PVP (Polyvinylpyrrolidone ou Polivinilpirrolidona), PVP/VA (Vinil Acrylate ou Acrilato de vinila).

“No começo achei a ideia de não usar shampoo meio bizarra, mesmo porque não havia muitas informações. Decidi tentar porque meu cabelo estava numa fase bem ruim. Tentei uma vez lavar o cabelos só com condicionador, mas usei um condicionador com substâncias insolúveis e minha cabeça coçou muito! Eu me informei melhor, comprei alguns produtos “permitidos” mas continuei com o shampoo, então em dezembro de 2008 lavei meu cabelo com shampoo pela última vez e já na segunda semana meu cabelo estava bem melhor. Em pouco mais de um mês e meio meu cabelo mudou muito, ele está com uma textura mais leve e mais hidratado, o frizz diminuiu, e a parte de trás, que sempre foi muito ressecada, melhorou 100%. O volume também está mais controlado e agora só prendo o cabelo por causa do calor. O fator negativo foi que passei a lavar o cabelo com mais frequência, pois consigo ficar no máximo dois dias sem lavar a raiz. Com xampu eu podia ficar 3 ou 4 dias sem lavar até que a raiz ficasse oleosa.” Amanda Pedrazoli, Assistente Fiscal.

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Clique aqui para ler o terceiro texto dessa série sobre no poo e low poo.

Opinião do autor: Eu suprimi das considerações citadas no livro as razões pelas quais deve-se ou não evitar esta ou aquela substância por que nem sempre o motivo é aceito pela cosmetologia. Não me preocupei em detalhar muito o uso das substância e em citar muitos exemplos, pois nas próximas postagens abordarei isoladamente cada um dos produtos mencionados: xampu, condicionador e gel fixador.Gostaria de agradecer pelas meninas que gentilmente cederam seus depoimentos para esta sequência de postagens e caso mais alguém queira se prontificar, ainda posso encaixar quantos depoimentos forem necessários! A opinião de quem usa é muito valiosa para o profissional que desenvolve produtos.

Referência: MASSEY, L. Curly Girl. New York: Workman Publishing, 2002.

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Por Gustavo Boaventura

Criador e Diretor de Conteúdo. Farmacêutico Industrial pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Especialista em Pesquisa & Desenvolvimento de Produtos Cosméticos. Mestre em Comunicação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) com foco no consumo de cosméticos masculinos. Bacharel em Administração pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). Experiência em Pesquisa & Desenvolvimento de produtos capilares. É o idealizador e criador do Cosmética em Foco e escreve desde 2007.

5 comentários

  1. Sei que o texto é antigo, porém estava pesquisando sobre a parafina e acabei encontrando vocês! Amei e viciei!! Faço uso do low poo. No meu cabelo,que é cacheado, deu muito certo, mas no da minha filha, que é liso e grosso, ainda estou tentando…Lendo as explicações de vocês aprendo muito e não fico tão paranoica! Obrigada, vou continuar acompanhando vocês!!

    1. Muito obrigado por seu comentário Sandra! Nosso objetivo é fornecer informações fundamentadas em dados científico. Se você tiver alguma dúvida podemos tentar ajudá-la.

  2. Pingback: Fabí Schneider
  3. Olá Gustavo! Muito bom contar com uma opinião técnica e tirar nossas dúvidas sobre a cosmetologia capilar. Tenho várias dúvidas. Muitos blogs que tratam de cuidados com os cachos informam que o uso da glicerina deve ser de acordo com o tempo, se estiver úmido, deve-se usar, mas se estiver seco tem que ser evitada. Mito ou verdade? Por que?

    1. Olá Claudia, obrigado por seu comentário. A glicerina tem um alto poder higroscópico, ou seja, ela absorve a água que estiver próxima, independente se é da pele ou do ambiente. Por isso dizem que se o ambiente está mais seco, deve-se evitar o uso da glicerina. Na prática isso tem pouco impacto, pois na maioria dos produtos cosméticos quem contêm glicerina também está presente água. E mesmo que as moléculas de glicerina depositadas sobre a superfície dos cabelos capture momentaneamente a água dos cabelos, em seguida ela acabará devolvendo essa mesma água de volta aos cabelos. Espero não ter confundido mais, mas em resumo: em tempo úmido ou seco, você pode usar sim produtos com glicerina. Apenas não recomendo usá-la pura nos cabelos em nenhum tipo de clima.

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