Os nutricosméticos

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Trata-se de uma nova classe de produtos da categoria saúde e beleza, que incorporam ingredientes nutracêuticos em sistemas de liberação tópica, acrescidos da elegância, do sensorial e dos benefícios auxiliares dos cosméticos. Diferentes dos cosmecêuticos, que incorporam ativos farmacêuticos ou que tenham ação corretiva semelhante a farmacêuticos para aplicação tópica. Os nutricosméticos unem nutrição a saúde do corpo e da pele, amplificando a beleza interior por meio de vitaminas, aminoácidos, proteínas e ativos botânicos que oferecem benefícios antioxidantes.

Multinacionais como L’Oreal e Procter & Gamble já expandem seus negócios oferecendo nutricosméticos na forma de suplementos dietéticos ou “cosméticos orais”. São produtos inovadores comercializados especificamente por seus benefícios para a beleza e são sempre associados a tratamentos tópicos de alta performance. O primeiro suplemento nutricional para a pele mundial foi introduzido em 1991, o Imeedeen (Ferrosan), promete restaurar e nutrir a pele de dentro para fora com todos os ingredientes que auxiliam a reduzir os sinais visíveis do envelhecimento. Ele contém Biomarine Complex e o complexo antioxidante LycoPhence GS. Há também uma formulação mais nova que inclui ainda ativos para as necessidades específicas da pele de mulheres após a menopausa.

Principais ativos utilizados em nutricosméticos

A vitamina E, a vitamina C, a coenzima Q, os carotenóides beta-caroteno e licopeno, os aminoácidos e seus análogos (principalmente L-arginina e s-adenosilmetionina), o ácido lipóico e os flavonóides, estão entre os ativos mais comumente utilizados e discutidos em nutracêuticos e nutricosméticos.

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  • Vitamina E: um potente antioxidante liposolúvel e amplamente disponível.
  • Vitamina C: o ácido ascórbico ou os seus sais, os ascorbatos, são os maiores antioxidantes de fase aquosa, que sequestram radicais peroxila antes que eles possam desencadear a peroxidação lipídica.
  • Coenzima Q10: um suplemento alimentar ainda pouco popular em produtos cosméticos devido ao seu custo elevado.
  • Licopeno: o maior representante dos carotenóides tem maior potencial antioxidante que o beta-caroteno (e pode ser responsável por muitos dos efeitos cardiovasculares atribuídos a ele).
  • Flavonóides: antioxidantes polifenóis naturalmente presentes em vegetais, frutas, vinho tinto e chás, aos quais promove cor, textura e sabor. Os grupos mais importantes de flavonóides são antrocianinas, flavonols, flavonas, catequinas e flavanonas. Essas substâncias também atuam inibindo a peroxidação lipídica.
  • Arginina: exerce sua ação benéfica via metabolismo do óxido nítrico, um potente vasodilatador, por meio das óxido nítrico sintetases.

Dezenas de nutricosméticos já estão disponíveis no mercado, com ações prometidas de clareamento cutâneo, proteção contra os fatores de estresse ambientais, antissinais do envelhecimento, degradação de lipídios, regeneração e rejuvenescimento da pele, antirrugas etc. Muitas companhias dos EUA, Europa e Ásia aceleram o desenvolvimento de linhas de produtos que atendam a esse mercado de beleza via oral.

A definição de cosmético é clara ao dizer que este tipo de produto age topicamente, sem absorção sistêmica. Logo, se há absorção e distribuição dos ativos presentes em um produto, ele deixará de ser um cosmético e necessitará de um outro tipo de registro, bem como obedecerá a normas mais criteriosas de produção e, principalmente, necessitará responsabilidade técnica de um farmacêutico, segundo a legislação atual.

A nomenclatura está confusa e deveria ser repensada. Esses produtos de uso oral devem continuar pertencendo a classe de nutracêuticos ou suplementos e sob a responsabilidade de nutricionistas e médicos. Principalmente porque o mais prejudicado por essa confusão de nomenclatura é o próprio indivíduo (paciente ou consumidor final). Além disso, existem uma infinidade de ações corretivas muito bem-sucedidas pela via tópica. Não há porque o mercado cosmético “migrar” para a via oral.

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Fonte: KANGA, V. Nutricosmetics Products – Part 1. Acesso em: 05/11/2007.

Por Gustavo Boaventura

Criador e Diretor de Conteúdo. Farmacêutico Industrial pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Especialista em Pesquisa & Desenvolvimento de Produtos Cosméticos. Mestre em Comunicação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) com foco no consumo de cosméticos masculinos. Bacharel em Administração pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). Experiência em Pesquisa & Desenvolvimento de produtos capilares. É o idealizador e criador do Cosmética em Foco e escreve desde 2007.

7 comentários

  1. Estou tomando um nutricósmeticos de outra marca.e estou me sentindo maravilhosa com o resultado,então o nutricosmeticos funciona mesmo..

  2. Conheço vários nutricosméticos, vou citar alguns:
    Imedeen
    Glowelle
    Active-derm
    Evelle
    Innéov
    Nutryorac
    pycno10
    rennovee
    maxxi30
    licozine
    viviscal
    supraskin
    são só alguns exemplos, esse mercado está crescendo em um ritmo bastante acelerado, e as consumidoras cada vez mais interessadas.

  3. Obrigado pela atualização. Vale lembrar que esse post foi escrito em 2007 e na época era assunto ainda em discussão no Brasil.
    É muito bom ver que acompanhamos as tendências do mercado.
    Att,
    Gustavo.

  4. Olá Gustavo, sou Fisioterapeuta Dermato-Funcional e amei o seu post sobre Nutricosmético, queria comunicar que copiei uma parte de seu texto em meu blog e sitei o seu perfil do blogger como autor. Caso queira dar uma olhada e até mesmo indicar outros textos sobre o assunto eu agradeço!
    Obrigada!
    Cristiane.
    O blog é muzifisio.blogspot.com

  5. Comecei a usar nutricosméticos em 2004, com o inneov fermeté, depois usei algumas fórmulas manipuladas com silício e licopeno e hoje uso um que considero ótimo para pele e saúde , chama nutryorac e possui picnogenol , licopeno e açaí na fórmula, e custa pouquinho.

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